sábado, 24 de dezembro de 2016

Nota do filho de Eduardo, Memeu Cabral



Nota do filho de Eduardo, Memeu Cabral:

"É com muita tristeza que anuncio a partida de meu pai, Eduardo Cabral. O velório será na Câmara Municipal de Japaratuba, a partir das 10h e o enterro será às 16h30 no cemitério de Japaratuba. Agradeço todas as orações e bons pensamentos". (Memeu Cabral).


‎Foto reproduzida do Facebook/Caboclo Gilney Da Cangaceiros‎.

Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de 20 de dezembro de 2016.

Eduardo Cabral (1948 - 2016)

Eduardo Cabral e Eduardo Cabral.
Foto: Robério Santos.
Reproduzida do Facebook/MTéSERGIPE.

Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de 20 de dezembro de 2016.

Eduardo Cabral (1948 - 2016)


Na foto, Eduardo, em uma de suas visitas a minha casa.

Lembro de uma vez, conversando sobre sua querida Japaratuba, me disse: "Se você quiser ir para a Festa das Cabacinhas, eu mando o motorista vir lhe buscar"...

Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de 20 de dezembro de 2016.

Eduardo Cabral (1948 - 2016)

O festejado Eduardo Cabral com Tânia Góis (Set/2013).
Mosaico fotográfico reproduzido do:
Facebook/Linha do Tempo/Tânia Gois Barros.

Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de 20 de dezembro de 2016.

Rita Maria Maynard Mendonça (1931 - 2016)

Missa de 7° Dia de minha Tia Rita, hoje, dia 19.12,
às 17 horas, na Igreja do São José, em Aracaju/SE.
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Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de 19 de dezembro de 2016.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Morre Antonio Lopes Santos (Macêpa)

Postado no Perfil do Facebook/Ludgero SantosNeto.
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"Informo aos amigos de Aracaju e Brasília o passamento do meu pai Antonio Lopes Santos (Macêpa) acontecido ontem às 22h". (Ludgero Santos Neto).
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Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 01 de dezembro de 2016.

Macepa, Gazeta de Sergipe, Bar do Pinto, causos e música


Macepa, Gazeta de Sergipe, Bar do Pinto, causos e música.
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"(...) A redação da Gazeta era também um ponto referencial de convergência para intelectuais e agregados, envolvidos com a vida cotidiana da cidade. É o caso do inesquecível violonista MACEPA, cantor dos melhores repertórios e personagem de alguns dos mais memoráveis “causos” na história boêmia de Aracaju. Era MACEPA uma figura festejada no saudoso Bar do Pinto, instalado às margens do rio Sergipe na avenida Ivo do Prado, bem em frente à Gazeta, para onde se transferiam, informalmente, os repórteres e redatores do jornal, em busca do frutuoso “papo em mesa de bar”, depois da batalha cotidiana pela notícia. No Bar do Pinto concentrava-se, desde a tardinha, o melhor contingente intelectual de então, em liberal parceria com as damas da noite, com operários, artistas e poetas desabonados como eu, em busca de audiência e afagos (...)" [Amaral Cavalcante].

Trecho do discurso de Amaral Cavalcante, em sua Posse na Academia Sergipana de Letras.
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Macepa, ao lado de seu filho Ludgero.
Foto reproduzida do Facebook/Ludgero SantosNeto.

Publicado originalmente no Facebook/GrupoMTéSERGIPE, em 01 de dezembro de 2016.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Balanço Geral - TV Atalaia - Notícia da morte de Melcíades

Balanço Geral - TV Atalaia - 15 de novembro de 2016.
Morre o arquiteto e artista plástico Melcíades de Souza, aos 59 anos.


Postagem originária do Grupo do Facebook/MTéSERGIPE, de 15 de novembro de 2016.

Itabaiana perde um filho ilustre, Morre Melciades...


Publicado originalmente no site itnet, em 15/11/2016

Itabaiana perde um filho ilustre, Morre Melciades Arquiteto.
Músico, pintor, arquiteto, um verdadeiro artista.

Por Redação do Portal Itnet.

Itabaiana hoje amanheceu triste, um feriado diferente e inesquecível para nossa cidade. Faleceu nesta madrugada (15) um grande amigo e um grande cidadão, um filho ilustríssimo, um homem que criou uma marca, uma identidade, um gênio, músico, pintor idealista, o nosso amigo Melciades Souza, Melciades Arquiteto.

Mel, como era conhecido pelos amigos, é uma das figuras mais marcantes de uma geração. Talentoso, está indo, mas deixando na história de nossa cidade, uma marca em suas obras e uma genial revolução arquitetônica por onde passou.

Conhecido pelos seus projetos futuristas, o nosso {niemaia} participou da modernização da nossa cidade, mudou o cenário urbano, e reformulou um conceito antes pouco arrojado. Mel também foi um músico esplendoroso, junto com o saudoso Ivan Andrade, Welington Mendes e o Professor Aroldo, criaram a antológica banda Excalibur, uma banda de Jazz em uma cidade como Itabaiana.

Durante anos pintou quadros belíssimos, que mostrava seu olhar do mundo, participou de diversas exposições, deixando outra bela marca da sua genialidade.

É o arquiteto de várias obras públicas, várias delas como contribuição social, um grande cidadão para sua sociedade.

Hoje, o destino findou precocemente uma vida genial, Melciades se sentiu mal no dia de ontem, e procurou socorro médico, mesmo dentro de um centro de cuidados cardíacos, sofreu um infarto fulminante e veio a óbito.

Aos 59 anos, a vida perde um amigo, e a cidade de Itabaiana um parceiro. Os amigos perdem uma grande influência, e a história ganha um novo capítulo, enquanto Mel entra para eternidade, porque artista não morre, eterniza.

Seu corpo está sendo velado na cidade de Itabaiana, e será sepultado no cemitério Santo Antonio e Almas de Itabaiana, às 17 horas.

Texto reproduzido do site: itnet.com.br

Postagem originária do Grupo do Facebook/MTéSERGIPE, de 15 de novembro de 2016.

Melcíades de Souza (1957 - 2016)


Nasceu em Itabaiana em 14 de fevereiro de 1957. Filho de Antonio Bispo de Souza e Maria Vieira de Souza. É pintor, desenhista, ilustrador, projetista, decorador, músico, arquiteto e relações públicas. Melcíades é um pintor que na sua expressão artística, o homem do agreste. O Vaqueiro é um tipo que ele conseguiu estilizar com a feição do seu habitar. O que não é de estranhar, pois Itabaiana sempre teve na sua vida econômica, desde os primeiros momentos de nossa colonização, a criação de gado, as pastagens e as pequenas propriedades agrícolas.

Fonte: fontesdahistoriadesergipe.blogspot.com.br

Postagem originária do Grupo do Facebook/MTéSERGIPE, de 15 de novembro de 2016.

Melcíades de Souza (1957 - 2016)



Morre o artista plástico Melcíades Souza, pintor sergipano que atuava também como arquiteto.

Nascido na cidade de Itabaiana, Melcíades realizou mostras no Distrito Federal, Alagoas, Bahia, São Paulo e Estados Unidos. Além de pinturas sobre telas, produziu também paineis que decoram locais como o altar da Igreja do Centro Social Pastoral Esperança de Deus, em Estância, o hall da Emater; a sede do Comase e o Tribunal de Contas do Estado...

Postagem originária do Grupo do Facebook/MTéSERGIPE, de 15 de novembro de 2016.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Morre o artista plástico Leonardo Alencar (1940 - 2016)

O corpo está sendo velado na OSAF e o sepultamento
será às 16h00 no Cemitério Colina da Saudade.

Postagem originária do Grupo do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, de 01/10/2016.

Morre o artista plástico Leonardo Alencar

Foto reproduzida do site: leonardoalencar.com.br

Publicado originalmente no site do G1/SE., em 01/10/2016.

Leonardo Alencar faleceu na madrugada deste sábado.
Artista plástico estava internado há mais de um mês na UTI.
Ele tinha 76 anos, teve quatro casamentos e três filhos.

Anderson Barbosa.
Do G1 SE

O artista plástico Leonardo Fontes faleceu por volta das 2h da madrugada deste sábado (1) em um hospital da Zona Sul de Aracaju. Segundo familiares, ele estava internado há um mês e sete dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por causa de uma infecção causada por complicações em uma cirurgia de câncer de pele.

“Cuidei dele com amor, carinho e dedicação exclusiva. Vou guardar do Leonardo Alencar a paz que ele transmitia pra gente”, declarou a esposa Racilda Aragão de Alencar, que morava com ele há 34 anos.

Amigos e admiradores do artista plástico prestam as últimas homenagens em um velatório localizado na Rua Itaporanga, 436, no Centro de Aracaju. O sepultamento ocorre às 16h no Cemitério Colina da Saudade, no Bairro Jabutiana.

Amor a arte.

Era tanto amor pela arte, que Leonardo fazia da casa onde morava com a esposa um ateliê. Por todos as paredes havia obras do artistas, fragmentos da história que será sempre lembrados pelos sergipanos.

Biografia.

Leonardo Fontes de Alencar nasceu no dia 7 de abril de 1940, na cidade sergipana de Estância. Era filho do jornalista, advogado e poeta Clodoaldo de Alencar, começou a se interessar pelas artes ainda na infância.

Aos 20 anos fez a primeira exposição, em Salvador (BA). Em 1963 entrou para a Escola de Belas Artes, na Bahia, onde foi professor no ano seguinte.

Viveu na Europa por três anos, onde expôs obras e desenhou para revistas locais. Nos anos 1980 retornou para Aracaju com a ideia de fortalecer o cenário cultural do estado. Em 2011 foi destaque no documentário 'Terra a Dentro, Mar a Fora', do diretor Fábio Pamplona.

Leonardo Alencar é membro de Metropolitan Museum of New York, MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Museu da Gravura Brasileira – Bagé, RS, Confraria dos Bibliófilos do Brasil, Sindicato dos Artistas Plásticos do Estado de São Paulo, AIAP – Associação Internacional dos Artistas Plásticos (Unesco), Associação Sergipana de Imprensa, Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e do Partners of America: Rhode Island.

Leonardo de Alencar teve três casamentos e quatro filhos.

Texto reproduzido do site: g1.globo.com/se

Postagem originária do Grupo do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, de 01/10/2016.

Homenagem a Leonardo Alencar

Exibido pela TV Sergipe, em 02/02/2013.
Terra Serigy destaca vida e obra do artista plástico Leonardo Alencar.
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Clique no link abaixo para assistir o vídeo:
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Postagem originária do Grupo do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, de 01/10/2016.

Leonardo Alencar (1940 - 2016)

TV Sergipe - Programa: "Bom Dia Sergipe".
Quadro destaca história sobre a vida e a obra de Leonardo Alencar.
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Clique no link abaixo para assistir vídeo:
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Postagem originária do Grupo do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, de 91/10/2016.

Os 70 Anos de Leonardo Alencar (2010)


Publicado no SEC Blog, em 12 de janeiro de 2010.

Os 70 Anos de Leonardo Alencar
Por Gil Francisco*

Leonardo Alencar é um artista que produz arte da melhor qualidade técnica. Além de ter realizado várias exposições individuais, possui trabalhos em diversas instituições do Estado e telas espalhadas pelo mundo. Esse ano, completará 70 de existência e em abril estará expondo suas obras na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, além de folhinha, agenda e calendário publicados pela Segrase,- Serviços Gráficos de Sergipe, uma amostra significativa do artista nesses 50 anos de trabalho que passaram a enriquecer cada vez mais a memória nacional.

Nascido em Estância a 7 de abril de 1940, filho de Eurydice Fontes de Alencar e Clodoaldo de Alencar (1903-1977), poeta e membro da Academia Sergipana de Letras. Seu interesse pela pintura nasceu da admiração pela obra de Jordão de Oliveira (1900-1980), que em 1959 promoveria sua primeira exposição no Rio de Janeiro. Para incentivá-lo, Jordão levou várias figuras das artes plásticas brasileira para visitá-la, entre elas Oswaldo Goeldi, que elogiou principalmente seus desenhos. Muito ele deve a J. Inácio e aos irmãos Álvaro e Florival Santos, que na década de 40/50 chamavam a atenção com telas impressionistas (em arte, tendência geral a transmitir as impressões fugazes e a mobilidade dos fenômenos, mais do que o aspectos estável e conceitual das coisas) e abstracionistas (tendência natural do homem a dar às abstrações um valor real, igual ao das realidades concretas).

Envolvido com o movimento cultural sergipano desde cedo, foi membro da Arcádia Literária do Colégio Atheneu Sergipense. Na década de 60, foi convidado por Jenner Augusto (1924-2003), para ajudá-lo na pintura do painel que retrata a "Chegada da Família Real no Brasil", no restaurante do Hotel Pálace de Aracaju, removido para o Teatro Atheneu. Orientado na pintura pelo mestre Florival Santos, antes de viajar para Salvador, Leonardo Alencar foi discotecário da Rádio Cultura de Sergipe, onde produziu e preparou textos para o rádioteatro: O Diário de Anne Frank e A Guerra dos Mundos, do norte americano Orson Welles. Em Salvador, para complementar as despesas do estudo, trabalhava como vitrinista de várias lojas da Baixa do Sapateiro. Mais tarde como caricaturista do jornal A Tarde e ilustrador do Jornal da Bahia, além de colaborar como desenhista no jornal comunista, Novos Rumos.

Chegando a Salvador em 1961, participa de vários cursos na Escola de Belas Artes, entre eles o de gravura e na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, cursa cenografia, logo depois foi levado pelo conterrâneo Nélson de Araújo e passou a ser professor de artes visuais na Escola de Teatro da UFBA e um dos organizadores da 1ª. Bienal Nacional de Artes Plástica na Bahia, em 1966. Pertencente ao séquito do romancista Jorge Amado, Leonardo Alencar passou a conviver com os sergipanos, Jenner Augusto e Zé De Dome e os baianos, Calasans Neto, Sante Scaldaferri, Mário Cravo, Carlos Bastos, Kennedy, Raimundo Oliveira, Lênio Braga, Genaro de Carvalho, Ângelo Roberto, Emanuel Araújo, Mirabeau Sampaio e os radicados baianos, Floriano Teixeira, Caribé e Hansen Bahia.

Na década de 60 participa ativamente da vida intelectual baiana, realizando várias exposições e novos trabalhos, como a decoração do Thom Bar, em 1966, que ficava na Rua Chile no coração da velha metrópole colonial. O espaço, misto de bar-restaurante, de casa noturna, de salão de exposição visual e palco de espetáculo artístico. Entrevistado na época, Leonardo diz: "Independentemente da pintura, às vezes, atendo solicitações de amigos, faço uma espécie de decoração integrada, como fiz recentemente para o Thom Bar, baseada em elementos góticos, ou seja, uma tentativa de aliar elementos a uma decoração de vanguarda". Leonardo é "pintor de todas as coisas deste mundo, extraordinário fixador de imagens, da natureza e da realidade do mundo corpóreo, como um verdadeiro humanista", afirma o crítico de arte Carlos Eduardo da Rocha.

Ainda nos anos 60/70, Leonardo esteve presente nos fins de tardes no Bar Cacique, assistindo o por do sol adormecer na Baía de Todos os Santos, ou nas grandes noitadas entre os pintores da confraria da boate "Anjo Azul", situada no início da estreita Rua do Cabeça a caminho do Largo 2 de Julho, a poucos passos do casarão de Carlos Bastos. O Anjo Azul era um paraíso todo decorado por Carlos Bastos, um lugar apertado, onde se reuniam os gays mais snobs, intelectuais e artistas, para tomar "xixi de anjo" que era servido em piniquinhos de barro.

Sua primeira fase pode afirmar que é o expressionismo, período em que transpôs para a tela as dunas das praias sergipanas e baianas. Somente mais tarde privilegia o traço, as cores puras, a paisagem e a libertação emocional, passando a retratar os símbolos cristãos como o peixe, as aves, os felinos e os motivos da vida diária. Suas obras (aquarelas, desenhos em bico de pena e acrílica sobre tela), famosas e estilizadas por arlequins (indivíduo irresponsável, provocador, valentão, fanfarrão, brigão); colombinas (figura participante de um triângulo amoroso) e pierrôs (personagem da comédia italiana, cuja feição é ingênua e sentimental): o arlequim não existe sem o pierrô: o pierrô não existe sem o arlequim, e ambos não existem sem a colombina. Por isso todos estão sempre presentes em suas telas, é algo transcendental.

Quando, ingressei, no segundo semestre de 1971 no curso de desenho da Escola de Belas Artes, da Universidade Federal da Bahia, tive como professores Riolan Coutinho (irmão do cientista Elsimar Coutinho), Manoel Bonfim (Ogan do Candomblé de Mãe Menininha), Luiz Gonzaga (vencedor dos concursos carnavalescos), Juarez Paraíso, renomado artista plástico (na época casado com Edsoleda Santos), Mário Mendonça (arquiteto) e Ivo Velame (diretor da Escola, casado com Malba, filha do poeta Mário Cabral). Na Escola, reencontrei velhos colegas do tempo do Instituto Central de Educação Isaias Alves - ICEIA, como o renomado estilista Ney Galvão (1952-1991), morto prematuramente aos 39 anos no auge da carreira, e meu professor de desenho industrial, no Centro Integrado Luiz Tarquínio, o peruano Ruan Bautista Antonioli Levano, atualmente residindo nesta cidade.

Via sempre Leonardo almoçando nas cantinas do casal Olegário/dona Cotinha na Escola de Teatro e em Belas Artes na cantina de dona Hildete Cantalino ou entrando e saindo apressadamente dos barracões de aula, mas nunca cumprimentei, muito embora já tivesse conversado a seu respeito com Nélson de Araújo. Nossa amizade começaria anos depois, por simples coincidência, num dos encontros domingueiros em Itapoã, na casa do poetinha Vinícius de Moraes e sua companheira a atriz baiana Gessy Gesse.

Foi uma tarde memorável, regada a música, conversas sem pauta, muitas doses de whisk, variadas batidas de Deolino e algumas tragadas de mariruana, sem falar na moqueca de vermelha, com azeite dendê, molho de pimenta e a moqueca retada de siri, feita com a receita de Floripedes aquela mulher de Vadinho, personagem de Dona Flor e seus dois maridos, romance de Jorge Amado. Presentes Sante Scaldaferri, Caribé, Calá, Solon Barreto, o percussionista de alguns terreiros de candomblé e músico de Caetano Veloso, Djalma Correa, que dirigia um velho buggy para o poetinha, alguns convidados do Rio e o poeta criador do ijêxá, Ildásio Tavares, que insistia para continuarmos a farra em sua residência, uma quadra depois de onde estávamos. Foi neste ambiente etílico que o mago Leonardo Alencar surgiu para mim, falando pouco e bebendo muito, revés de Ildásio Tavares que não bebia por tomar medicamentos controlados, falava excessivamente, esbravejava, agredia, ridicularizava todos, com epigramas fesceninos, era seu jeito incômodo. Mas Vinícius adorava-o, passava a mão pela cabeça, pois havia gravado com Toquinho e Maria Creusa um dos seus maiores sucesso, "Catendê", no Lp Eu sei que sou te amar, 1972.

Em 1971 Leonardo Alencar recebeu uma bolsa para atuar na Europa como artista, e fixa residência em Londres, desenha para a revista Time Out. Em 1974 retornou ao Brasil, passando a residir em Salvador até a década de 80, quando voltou à Aracaju. Este estanciano que chega aos setenta anos, astronauta de vidro que vive no espaço, cuja luminosidade se expande em cores, qual pássaros docemente pousados, pinta como se não existisse o tempo, um tempo que se organiza em torno do presente. Residindo em Aracaju desde 1998 fui guiado pelo jornalista Paulo Afonso Cardoso da Silva, para reencontrá-lo e chorar todas as minhas mágoas, por ele ter abandonado a Bahia. Houve um tempo em que passávamos os fins de tardes no Boi Gordo, com Alfredo Mallet, Chico Queiroga, Antonio Rogério, Cida, Fátima, em prosa e riso. Recentemente reaproximamos para realizarmos o projeto editoria “Lampião no Noticiário Oficial”, que lhe coube a empreitada da capa e ilustrações do livro. Ultimamente são esporádicos nossos encontros, mas já foram assíduos. Hoje é possível encontrá-lo na Aruana, no Atelier 22, do amigo aquarelista, Alfredo Mallet, um cantinho para saborear bons petiscos.

Pintor de copiosa produção e imaginação prodigiosa, tudo isso resultou um estilo de viver, melhor, uma específica forma de aproximação com o mundo. Sua arte é de berço, o que lhe confere, sem favor, a dignidade plena de mestre da pintura, dono de um talento e uma técnica invulgar. Leonardo, falar do que se ama é falar sobre si mesmo. Suas magníficas pinturas são de um refinamento, de uma lenta elaboração, de um requinte assegurado através de uma simplicidade. Há em sua pintura um mundo de silêncio, onde o sofrimento é uma sombra que é preciso exorcizar. É uma pintura luminosa e iluminadora da visão contemporânea, capta a grandeza do mundo cotidiano e dela extrai a beleza límpida e despojada com suas aquarelas, cuja estrutura íntima e, ao mesmo tempo, mais vibrante de vida, de intensidade e movimento, demonstra o seu maior segmento, sua visão do mundo que é de alegria e esperança. A simbologia é um desdobramento de uma temática recorrente em sua pintura, que incorporam as soluções plásticas do expressionismo e do impressionismo, somadas à temática social muito participante.

Nacionalmente conhecido e proclamado, Leonardo está vivendo um dos momentos mais felizes da sua carreira, desde que saiu da Bahia, onde plantou raízes profundas, para passar a diante, subir mais um degrau e confirmar seu fabuloso poder de comunicação e a sua humanidade da alma de cada paisagem. Leonardo Alencar é, hoje, incontestavelmente, um mestre da pintura, o maior entre os vivos sergipanos, pelo que sua obra representa para as artes plásticas brasileira. Assim é que Leonardo convoca seu espectador, para que entre em seu mundo e ajude a recriá-lo, recobrindo figura e paisagem, num ritmo de paz que joga com sua prancha frágil, desprotegida, com seus instrumentos de trabalho.

Nos anos 90 participou de exposições no Museu de Arte de Brasília, em Rhode-Island, Estados Unidos, e na Assembléia Legislativa, em Aracaju. Pertencente a Confraria dos Bibliófilos do Brasil desde 2003, associação cujo objetivo é congregar pessoas que gostassem de livros, passou a publicar edições especiais, e Leonardo Alencar está presente em duas destas. Ilustrou (bico de pena) o livro do escritor mineiro Galinha Cega, Mansinho e Outros Bichos, de João Alphonsus e Três Novelas da Masmorra, de Otávio de Farias, ilustrando com duas dezenas de fantásticas xilogravuras.

Em 2006 o acadêmico e professor da Universidade Federal de Sergipe-UFS, José Anderson do Nascimento, publica o livro-catálogo Metáfora dos Arlequins, as cores na arte de Leonardo Alencar, patrocinado pela Unimed. Segundo o autor, o livro foi concebido para atender todos os seguimentos e com interesse na cultura em geral, o trabalho é centrado exatamente na visão metafórica da pintura de Leonardo Alencar. O destaque é na fase mais atual do artista plástico onde ele trabalha com a temática da comédia na arte italiana, os nacionalmente carnavalescos Pierrôs, que guarda um amor platônico por Colombina, que por sua vez inebria com carnal de Arlequim. Em outubro de 2009, realizou mais uma exposição de sucesso durante o Congresso Nacional de Estudos Jurídicos – Direito Civil e Processo Civil, quando ocorreu o lançamento da Revista Técnico-Jurídica da PGE,( Procuradoria-Geral do Estado) Vol. VII, tendo como capa a reprodução de uma de suas telas.

GILFRANCISCO: Jornalista, professor da Faculdade São Luís de França
e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.
gilfrancisco.santos@gmail.com

Texto e foto reproduzidos do blog: sergipeeducacaoecultura.blogspot.com.br

Postagem originária do Grupo de Facebook/Minha Terra é SERGIPE, de 01/10/2016.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Morre José Carlos de Sousa


É com pesar que comunicamos o falecimento do Conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado Sr. José Carlos de Sousa, ocorrido hoje 1h30 no Hospital São Lucas. O corpo está sendo velado na Colina da Saudade. Missa de Corpo Presente às 15.00 horas e o sepultamento às 16.00 horas. Vamos rezar ! Deus o receba em sua infinita Glória e conforte toda a família ! É pai do engenheiro e corretor de imóveis Paulo Roberto Sobral Sousa, dos médicos cirurgião José Eduardo Sobral Sousa e Cardiologista José Carlos Sousa Filho, da Cirurgiã-Dentista Elizabeth Sousa, do Promotor de Justiça Ricardo Sobral Sousa e do Economista Luiz Sobral Sousa. (Aída Campos).

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 11 de setembro de 2016.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Morre Maria Luiza Vieira Macedo (1946 - 2016)



Perdas nunca são aceitas e nem bem vindas! E perdas de entes queridos representam pedaços do nosso coração que vão sumindo. Acabamos de perder, materialmente falando, a nossa querida, amada, Luiza Macedo, irmã de Armando Maynard, acolhida neste momento nos braços do Pai, pela sua bondade, abnegação, doação, solidariedade, enfim, qualidades inesquecíveis. Mais do que uma cunhada, uma irmã. Descanse em paz. Já estamos com saudades, mas jamais a esqueceremos. (Lygia Prudente).

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 5 de setembro de 2016.

domingo, 28 de agosto de 2016

Morre aos 76 anos, José Enaldo Menezes, o 'padre dos pobres'


Morre aos 76 anos, José Enaldo Menezes, o 'padre dos pobres'.

Padre Enaldo, promovia a mais de 40 anos, o "Banquete Para os Pobres".

Uma festa para pessoas em situação de extrema pobreza.

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 16 de agosto de 2016.

Morre aos 76 anos, José Enaldo Menezes, o 'padre dos pobres'.

Foto: Reprodução/TV Sergipe.


Publicado originalmente no site do G1 SE., em 16/08/2016.

Morre aos 76 anos, José Enaldo Menezes, o 'padre dos pobres'.

Corpo está sendo velado na Osaf e será enterrado na Colina da Saudade.
Filho adotivo e irmã do padre o encontraram morto na cama.

Do G1 SE.

O corpo do padre José Enaldo Menezes Resende está sendo velado na manhã desta terça-feira (16) no Osaf na Rua Itaporanga, 436, no Centro de Aracaju (SE). Conhecido como ‘Padre dos Pobres’, ele tinha 76 anos de idade e foi ordenado sacerdote há 48 anos. Por volta das 10h, o cortejo seguirá para o sepultamento no Cemitério Colina da Saudade.

O religioso desenvolvia trabalhos sociais, inclusive o ‘Banquete do Senhor’ que teve mais de 70 edições. Na ocasião, donativos arrecadados eram entregues a pessoas que vivem em condições precárias.

De acordo com o filho adotivo, Clésio Menezes, ele e o padre estiveram juntos no Dia dos Pais. “Ligo para ele todos os dias às 18h e na segunda-feira (15) ele não atendeu. Liguei novamente e ele não atendeu. Fiquei preocupado e fui com a minha tia até a casa dele. Os cadeados e portas estavam fechados e precisamos de ajuda para abrir. Quando entramos, já o encontramos morto na cama”, lembra.

Segundo a irmã do religioso, Alaíde Menezes de Rezende, a possibilidade é que o padre Enaldo tenha morrido dormindo na madrugada de segunda-feira. Ele tinha diabetes e tinha pressão alta.

Texto e imagem reproduzidos do site: g1.globo.com/se/sergipe

Publicação originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE. de 16 de agosto de 2016.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Eu me recordo...de Aracaju...

Imagem para ilustração post, publicada por MTéSERGIPE.
Botos no Rio Sergipe, na foto de Thiago Paulino.
Galeria de T_Paulino/Site: flickr.com/photos/t_paulino

Publicado originalmente no Facebook/Nestor Amazonas.

Eu me recordo...de Aracaju...
Por Nestor Amazonas.

Eu me recordo de uma tarde sentar na varanda da CRASE e perder a noção do tempo vendo botos perseguirem tainhas num balé fantástico...
Eu me lembro de um tempo em que pegar carona ao lado do Cotinguiba para a Atalaia era mais divertido que a própria praia...
Eu me lembro que ficar horas no Mini-Golfe, sem fazer nada a não ser jogar conversa fora era uma atração inquestionável para a galera da época...
Eu me lembro de que sentar no muro da Catedral era o melhor posto de observação para olhar as moças que passavam...
Eu me lembro de tempo em que fincamos bandeira e tomamos posse do Parque Teófilo Dantas como sede da nossa turma, a Turma do Parque...
Eu me lembro que ir ao Bar do Pinto era a nossa única salvação para a matar a larica da alta madrugada...
Eu me lembro que nossa maior diversão na noite era fazer o circuito do Beco dos Côcos, Miramar e Xanghai e terminar tomando vitamina sentado no meio-fio do Bar do Meio.
Eu me lembro que o Bar do China era nosso ponto de encontro, nosso “esquenta” para a noite de festas e farras.
Eu me lembro que o desfile entre a Catedral e a Sorveteria Yara era obrigatório para quem queria namorar com as moças da fina sociedade da época.
Eu me lembro do sagrado ritual de na volta das festas ir comer o Passaport – o sanduba da madrugada.
Eu me lembro de obter cultura “por osmose” na Galeria Álvaro Santos, filando drinks e salgadinhos dos coquetéis das vernissagens.
Eu me lembro da luz difusa do 315 iluminando nossas almas famintas de tudo, a macarronada trôpega e barata dava prá dividir por três...
Eu me recordo...de Aracaju, a minha Aracaju de então.

Texto reproduzido do Facebook/Nestor Amazonas.

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, 11 de agosto de 2016

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Jairo Andrade ou Velho Jairo



Publicado originalmente no blog Em Pauta UFS, em 13/12/2010.

Jairo Andrade ou Velho Jairo.
Por Antonio Gonçalves.

Jairo de Araújo Andrade, ou apenas Jairo Andrade, também responde pelo nome de “Velho Jairo”, como é conhecido entre os amigos. Nascido em Santo Antonio de Jesus (BA), em 1934, teve cinco filhos. Chegou em Sergipe à passeio em 1969, ocasião em que encontrou o então médico Nestor Piva. Este o convidou para trabalhar na Universidade Federal de Sergipe (UFS), recém fundada, e que necessitava de um fotógrafo para ajudar na realização de exames da Faculdade de Medicina.

Antes de sua chegada à Sergipe, trabalhava na Universidade de São Paulo (USP), quando já participava de movimentos de resistência ao regime militar. Chegando em Sergipe ficou um pouco afastado do movimento por não conhecer ninguém. Porém, em 1974, resolveu voltar a estudar. Passou no vestibular de História e no curso conheceu pessoas que naquele momento estavam iniciando alguma atividade de resistência ao regime militar, lutando pela redemocratização do país.

Por ser o mais idoso da turma, recebeu o carinhoso apelido de “Velho Jairo”. Com o passar do tempo, se integrava cada vez mais com os colegas, ampliando seu círculo de amizades, principalmente nas “farras” que participava junto com os estudantes jovens da UFS, que na época, poderiam ser chamados de seus filhos. Remonta desse período grandes amizades que perduram até hoje.

Rui Belém, Mestre em história pela UFS, atualmente Pró-Reitor de Extensão da mesma instituição, amigo e colega de universidade em 1974, relata: ”Desde aquela época sempre estivemos juntos em lutas constantes, em bares, em movimentos sociais e políticos. Jairo sempre foi atuante, sempre perseguiu a idéia e o compromisso com a transformação social de Sergipe, do Brasil e do mundo. Jairo sempre foi uma pessoa que dizia que a sociedade brasileira precisava ser modificada visando à igualdade social e a democracia”, diz.

O amigo continua o relato: “O Jairo sempre teve essa utopia, sempre foi atuante. Participou de várias ações na organização do Partido dos Trabalhadores desde o primeiro momento. Teve o papel dele, um papel preponderante que era o de fotógrafo do partido. O Velho Jairo é um artista da fotografia. Quando dos movimentos sociais e políticos ele sempre carregava a sua máquina, que era o instrumento que ele utilizava para documentar todos os passos de criação do PT e também dos outros movimentos que aconteciam naquela época, a exemplo do movimento estudantil”.

Como fotógrafo da UFS, registrou momentos marcantes dos primeiros Festivais de Artes de São Cristóvão (FASCs). Nos encontros e eventos em que os amigos participavam, levava sempre a sua máquina fotográfica. Por isso, pode-se afirmar que talvez seja o fotógrafo sergipano, afinal, há muito ele deixou de ser baiano para ser um verdadeiro e grande sergipano, que mais tenha registrado a história de resistência ao regime militar, a fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e os movimentos sociais de reivindicações.

Texto e imagem reproduzidos do blog: empautaufs.wordpress.com


Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 10 de agosto de 2016.

Meio século de prática e ensino do fotojornalismo


Publicado originalmente no site da ABI, em 01/11/2006.

Meio século de prática e ensino do fotojornalismo
Por José Reinaldo Marques.

Nascido na Bahia em 15 de novembro de 1934 e graduado em Licenciatura Plena em História pela Universidade Federal de Sergipe, Jairo Andrade começou a carreira em 1954, como fotógrafo da Fundação Gonçalo Muniz, respeitado centro de pesquisa científica da Bahia. Passou pelo Centro de Audiovisual de Salvador e pela Faculdade de Farmácia Bioquímica da Universidade de São Paulo, até chegar à UFS, onde trabalhou até se aposentar, em 91:

— Cheguei a Sergipe, em 1969, para montar um setor de Fotografia na UFS, que tinha sido fundada no ano anterior. Esse setor teve a incumbência de dar apoio pedagógico aos professores na produção de slides e na documentação fotográfica de pesquisa nas áreas de medicina, cultura popular e, mais tarde, junto à Assessoria de Comunicação do Gabinete do Reitor, produzindo material de divulgação para a imprensa.

Jairo, no entanto, retornou à Federal de Sergipe anos mais tarde, depois ser instrutor de Fotografia do Senac de 1992 a 1998: prestou concurso e, em 99, passou a dar aulas na UFS como professor substituto de Fotojornalismo. Isto até 2003, quando começou a se dedicar mais a fazer fotos para veículos como o Jornal Cinform:

— Estou há três anos e alguns meses no Cinform, um semanário de grande aceitação em Sergipe e outros estados do Nordeste, que chega às bancas toda segunda-feira pela manhã.

O veterano fotógrafo diz, com modéstia, que não acha que deva ser citado como um dos mais importantes fotógrafos nordestinos, mas é o mais requisitado quando acontece qualquer evento de fotografia na região:

— Não sabia que era citado com referência no fotojornalismo, apesar dos 52 anos de trabalho no meio. Sergipe é um estado pequeno, onde o mercado precisa crescer para o fotojornalismo. Só começou a tomar impulso após a descoberta de petróleo, nos anos 60, e com a vinda da Petrobras, na década seguinte.

Durante os anos 70, Jairo ganhou destaque por sua participação, com o filme “Vadeia Dois-Dois”, no Festival Nacional de Cinema Amador (Fenaca) — realizado entre 1975 e 1983, com apoio do Centro de Cultura e Arte da UFS, em parceria com o MEC e a extinta Embrafilme:

— Sempre gostei de cinema e fui premiado no Festival de Artes de São Cristóvão (capital de Sergipe antes de Aracaju), em 1972. É um filme super-8, que mostra o ritual do candomblé nas festas de São Cosme e Damião, comemorado em Sergipe e na Bahia todo dia 27 de setembro. Ainda tenho inéditos dois filmes, em 16mm, sobre os dois primeiros festivais de São Cristóvão, nos quais eu mostro os principais personagens desses eventos, na data em que eles aconteceram e nos dias atuais.

Ensino.

Quando dava aulas de fotojornalismo na UFS, Jairo diz que sua principal mensagem para os alunos era sobre o comportamento profissional:

— Minha orientação era para que eles fossem éticos, se comportassem como companheiros e procurassem realizar o trabalho com competência.
Com relação à sua participação em concursos, afirma:

— Geralmente entro nesses concursos para incentivar os companheiros iniciantes. Participei de vários salões de fotografia e tenho fotos selecionadas no catálogo da primeira Foto Nordeste, em Fortaleza.

O que lhe dá mais prazer na fotografia é a oportunidade de poder quebrar a monotonia:

— O que me renova e faz com que eu sempre tenha vontade de estar na ativa é a quebra da rotina do dia-a-dia. Há sempre algo novo que temos que fotografar no contato direto com a natureza e com a vida.

Há dois anos, quando completou 50 anos de fotojornalismo, ele foi o grande homenageado da I Mostra Arfoc-SE — Jornalistas da Imagem, organizada pela Associação dos Repórteres-fotográficos e Cinematográficos de Sergipe. Ao discursar na abertura do evento, Márcio Dantas, então Presidente da Arfoc-SE, contou à platéia que “fundar a Associação em Sergipe era um sonho antigo do fotógrafo e sócio número nº 1 Jairo Andrade” — ideal alcançado em 4 de agosto de 2003.

Texto e imagem reproduzidos do site: abi.org.br

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 10 de agosto de 2016.

SINDIJOR-SE, lamenta morte de Jairo Andrade


Publicado no site Ne Notícias, em 10 de agosto de 2016.

Por SINDIJOR-SE, ascom

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Sergipe (SINDIJOR-SE) lamenta o falecimento do repórter fotográfico Jairo Andrade, ex-professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O profissional da fotografia faleceu aos 82 anos.

Apaixonado por fotografia, “Jairo Veio”, como era carinhosamente chamado pelos colegas de profissão, registrou momentos marcantes da história de Sergipe, como os primeiros Festivais de Artes de São Cristóvão, a Resistência ao Regime Militar e a fundação do Partido dos Trabalhadores.

Recentemente o repórter fotográfico recebeu a Medalha do Mérito Cultural, outorgada pelo Governo de Sergipe, através da Secretaria da Cultura, pelos relevantes serviços prestados em prol da cultura sergipana.

Natural de Santo Antônio de Jesus, na Bahia, Jairo Andrade também tinha formação em História pela Universidade Federal de Sergipe.

O corpo está sendo velado no Cemitério Colina da Saudade e o sepultamento acontece nesta quarta-feira, às 10h, no mesmo local.

A Diretoria do SINDIJOR deseja muita força à família do repórter fotográfico para superar este momento de profunda dor.

Texto e imagem reproduzidos do site: nenoticias.com.br

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 10 de agosto de 2016.

Jairo Andrade morre aos 82 anos

Foto: Divulgação.

Publicado originalmente pelo site do Jornal da Cidade, em 09/08/2016.

Jairo Andrade morre aos 82 anos
Ele sofria da doença de Alzheimer.

Por: JornaldaCidade.Net

Com 82 anos, morreu, na tarde desta terça-feira (9), o repórter fotográfico Jairo Andrade. Reconhecido na área cultural de Sergipe, ele recebeu recentemente a Medalha do Mérito Cultural, pelo trabalho realizado na área.

Jairo estava internado há cerca de 30 dias no Hospital Primavera, em Aracaju. Portador de Alzheimer, seu estado de saúde vinha, a cada dia, ficando mais delicado.

O corpo está sendo velado no Cemitério Colina da Saudade e o sepultamento será realizado nesta quarta-feira (10), às 10h.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 10 de agosto de 2016.

Homenagem a Jairo de Araújo Andrade (1934 - 2016)



Exposição fotográfica "Sergipe pelas lentes que te vi"


Fotos de Jairo Andrade.
Reproduzidas do blog: progcultblog.blogspot.com.br

Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 10 de agosto de 2016.

domingo, 7 de agosto de 2016

À Mestra, com carinho




Publicado originalmente no Facebook/Fan Page/Lilian Rocha.

À Mestra, com carinho.
Por Lilian Rocha.

Eu tinha 6 anos quando entrei no “Educandário Brasília”. Era esse o nome da minha primeira escola. Nome comprido, que a gente tinha que escrever diariamente no caderno, antes de todos os deveres. Com aspas e tudo. E depois das aspas, vinha uma vírgula e, em seguida, a data por extenso.
Minha escola ficava na Rua da Frente, bem pertinho da Capitania dos Portos e era dirigida por quatro senhoras, também professoras: D. Alaíde, D. Helena, D. Mili e D. Iolanda. Talvez elas nem fossem tão senhoras assim naquele tempo, mas quando se tem 6 anos, qualquer pessoa com mais de 15 já é considerada uma senhora. Ainda mais quando se tem cabelo azul! Isso mesmo, cabelo azul! Duas delas, D. Mili e D. Iolanda, tinham cabelos azuis e isso, pra mim, era um dos mistérios mais indecifráveis do universo, pois quando se tem essa idade, a gente nem imagina que existe uma coisa chamada ‘tintura para cabelos’...

Minha farda era uma saia quadriculada, vermelha e branca, plissada, com suspensórios que se cruzavam atrás. E abotoando a blusa branca, uma gravatinha vermelha,do mesmo tecido da saia.

Fui matriculada no pré-primário, que funcionava na última sala, lá nos fundos do colégio. À medida que íamos avançando de nível, avançávamos ‘geograficamente’ também, uma vez que as turmas mais adiantadas ficavam localizadas nas salas da frente.
Em frente à minha primeira sala, havia um pequenino pátio, com uma árvore no meio e bem no cantinho, um minúsculo banheiro, construído em formato de casinha, com telhado e tudo, que servia apenas às crianças daquela faixa etária. Portanto, quando alguém precisava ir ao banheiro, era instruído a pedir à professora: “Posso ir na casinha?”

Minha primeira professora era linda e tinha um nome difícil, mas que eu nunca esqueci: D. Maria Stael. Nome de estrela, que me marcou pela doçura e despertou em mim a vontade de um dia ser uma professora igual a ela...
Chamávamos todas respeitosamente de ‘dona’, mesmo que fossem jovens, e ainda hoje guardo com carinho o nome de todas essas ‘donas’ que me ensinaram a ler e a escrever: D. Norma, D. Selma, D. Helena e D. Alaíde.

Fazíamos fila do lado direito da escola e de lá mesmo éramos encaminhados para nossas salas. Dificilmente entrávamos pela porta principal da escola, só quando estava chovendo.
Quando entrávamos na sala, lá estava, ocupando os dois lados do quadro, o dever de casa. Tínhamos que copiar depressa, antes que a professora apagasse, pois depois do dever, vinha uma sequência de atividades que tinha que ser cumprida rigorosamente: leitura, ditado, cópia, contas, problemas...
E enquanto estávamos ocupados, copiando qualquer coisa, a professora aproveitava para ‘tomar as lições’. De pé, ao lado dela, tínhamos que responder às perguntas e o que era pior, usando as mesmas palavras do livro. Depois ela nos atribuía uma nota, que por sua vez era colocada, cuidadosamente, num daqueles minúsculos quadradinhos da caderneta.
Tudo valia nota e todas as notas iam para a caderneta que, por sua vez, tinha que voltar assinada pelo pai ou mãe. Por isso, assim que chegávamos, deixávamos sobre nossas carteiras a caderneta, já aberta, para facilitar o trabalho da professora que passava de carteira em carteira, recolhendo-as.

As notas variavam de 10 a 100, equivalentes hoje, de 1 a 10. Menos de 50, a nota era vermelha. Também não havia essa facilidade de arredondar a nota não. Não foram poucas as vezes que tirei 99, só por causa de uma vírgula ou um acento esquecido.
A última nota do dia dizia respeito ao comportamento, que na caderneta se chamava “Ordem”. Era a última coisa que a professora fazia e até hoje eu não sei que critérios ela usava para atribuir aquelas notas, pois depois de uma manhã cheia de atividades, como era possível lembrar o comportamento de cada aluno?...

Eu adorava cópias e ditados, mas detestava questões e problemas. Especialmente aqueles que me pediam pra descobrir qual a idade do vovô, se ele tinha o triplo da idade de Joãozinho que, por sua vez, tinha a metade da idade da titia. Que mania mais feia tinha a professora, querendo saber a idade de todo mundo!

Já o recreio acontecia numa pequena área interna que tinha poucos brinquedos e quase nenhum espaço para correr, mas a gente não se importava. Tratava de se divertir com as brincadeiras que não exigiam espaço, como aquela feita em dupla, só usando os braços. De pé, uma em frente a outra, cruzávamos os braços, batíamos palma e estirávamos as mãos que se encontravam ao mesmo tempo com as mãos da colega. Era uma perfeita ‘coreografia’, só de braços e mãos, acompanhada por uma canção que ajudava a dar ritmo à brincadeira e cujos versos envolviam os cantores da Jovem Guarda, uma verdadeira delícia!

Estudávamos pela manhã e à tarde voltávamos para ‘fazer banca’, expressão genuinamente sergipana, que até hoje não sei bem o que significa, etimologicamente falando. Mas sei muito bem o que significava naquele tempo.
‘Fazer banca’ significava almoçar e voltar para o colégio 1 e meia da tarde para fazer os deveres e estudar as lições para o outro dia. Uma solução prática que os pais encontraram para deixar seus filhos em lugar seguro, enquanto trabalhavam. E que até hoje é usada, sob pseudônimos modernos de ‘aula de reforço’, ou ‘turno integral’.
Fazer banca significava ler em voz alta e em grupo uma mesma leitura duas ou três vezes e morrer de vergonha quando a professora passava pela minha fila e me surpreendia cochilando, diante daquela história sem graça, que todo mundo já sabia o final. Nessa hora, ela levantava a voz e eu tomava um susto danado...

Estudei em quase todas as salas e experimentei todas as cores de plástico com as quais forrávamos os livros e cadernos: vermelho, no 1º ano, amarelo no 2º, azul no 3º e verde no quarto. Mudar para outra ‘cor de plástico’, portanto, era tão importante quanto ser promovido num exame de faixa...

Portanto, no dia que eu vi minha mãe forrando meus novos livros e cadernos com plástico azul, senti um frio na barriga. Aquilo significava que eu estava indo para o 3º ano, estudar com D. Helena. E no ano seguinte, haveria de subir aquela escada tão cobiçada que dava no 4º e último ano, pra estudar com D. Alaíde. Ou seja, àquela altura, eu já me sentia, praticamente, uma “adulta”!

A sala de D. Helena ficava no térreo. Era a primeira à direita de quem entrava no colégio. Lembro-me das janelas que se abriam para a rua e do birô que ficava sobre um estrado de madeira. Ela era séria e bastante exigente, sobretudo com o português, sua matéria preferida. Nenhum erro, por menor que fosse, escapava aos seus olhos atentos. E eu gostava disso. De ser desafiada na matéria que eu mais gostava.
Talvez tenha sido isso o que me fez gostar de D. Helena. Saber que tínhamos o mesmo gosto. Ou talvez por ter sido ela quem despertou em mim essa paixão pela língua portuguesa, com todas as suas regras, cópias, ditados e análises morfológicas...

Um dia, eu a surpreendi sozinha na sala de aula, com os olhos cheios d´água, segurando um pacote de provas. Estava triste e inconformada, porque um aluno tinha tirado 7,0. Pra ela, era uma tristeza quando um aluno tirava uma nota baixa.
Eu tinha 8 anos e ela, 50. Confesso que não entendi direito por que uma professora ficava triste, por “ser obrigada” a dar 7,0 a um aluno...
Mas aquela lição silenciosa de justiça, misturada com um carinho sincero e profundo pelos alunos, me marcou profundamente.

Saí do Brasília em 1968, com 10 anos de idade, levando na bagagem algumas coisas que só mais tarde fui entender e lhes dar o devido valor: o amor pela língua portuguesa, o cuidado de reler diversas vezes um texto para não deixar escapar nenhum erro, o orgulho de saber ler um texto em voz alta, com todos os sinais de pontuação bem empregados, o respeito pelos professores e, sobretudo, a vontade de, um dia, também me tornar uma professora. Mas não uma professora qualquer. Queria ser igual a ela.

O tempo passou e eu acabei realizando o meu sonho. Voltei à minha primeira escola, agora como professora, e tive o privilégio de ensinar no 3º ano primário, na mesma sala que tinha sido de D. Helena. Também escrevi o dever no quadro, passei ditado, corrigi cadernos, tomei lições, coloquei notas na caderneta...
Ensinei em diversos colégios e em todos os níveis, desde o pré-escolar até o pré-vestibular. Tive alunos dos mais variados e muitas vezes também chorei em silêncio, quando fui obrigada a punir algum aluno...

Mas nunca consegui ser igual a ela. Capaz de dar, na dose certa, o LIMITE necessário, para sermos sempre respeitados pelos alunos; a JUSTIÇA, para que todos os alunos se sintam iguais e aprendam a respeitar uns aos outros; e o CARINHO, para que as lembranças que porventura venhamos a despertar nos alunos sejam sempre doces e suaves.
Obrigada, D. Helena, por ter sido a minha inspiração como professora; por ter feito de nós os filhos que a senhora não teve e por ter nos amado assim, com tanto cuidado.
Que Deus a abençoe, pelos 100 anos de vida!

(Lilian Rocha - 28.7.16).

Texto e imagens reproduzidos do Facebook/Fan Page/Lilian Rocha.
Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 29 de julho de 2016.