Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em
03/01/2017.
A morte de um grande vate.
Sergipe perde Wagner da Silva Ribeiro.
Por Lúcio A Prado Dias.
Sergipe perde um de seus mais ilustres intelectuais, de rara
inteligência.
Morreu nesta segunda-feira, no segundo dia de 2017, Wagner
da Silva Ribeiro, aos 72 anos.
Nascido em Ilhéus em 18 de março de 1944, transferiu-se
ainda criança, aos três anos de idade para Aracaju. Fez de nossa cidade o seu
lar, onde constituiu família. Casou-se com Ivana Almeida e teve dois filhos:
Wagner (Waguinho) e Fernando (Fernandinho).
Wagner Ribeiro descende de pródiga intelectualidade. Seu
avô, José da Silva Ribeiro criou, em 1919, em Aracaju, com outras
personalidades culturais da época, uma instituição recreativa denominada
"Hora Literária", que foi transformada depois numa sociedade
literária de caráter acadêmico "autônomo”, por decisão de uma assembleia
geral em 1927. A partir de 1929, a Hora Literária converteu-se na Academia
Sergipana de Letras.
As primeiras reuniões da entidade aconteciam numa casa na
rua de Japaratuba (atual Calçadão da João Pessoa), sob a presidência do General
José Calazans, passando mais tarde a serem realizadas na residência do Coronel
José da Silva Ribeiro, no alto do Santo Antônio, razão pela qual alguns autores
a denominam de Hora Literária do Santo Antônio.
Wagner da Silva Ribeiro é sobrinho do grande historiador
sergipano José Calazans e irmão, entre outros, do médico e escritor Marcelo
Ribeiro, também membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Sergipana
de Medicina, escritor vasto, de contos, crônicas e poesias.
Minha convivência com ele foi traçada pelos laços de família
que nos unia. Sua esposa, Ivana, é irmã de Ângela ( minha cunhada e viúva do
mano Marcos Prado). Os dois, Marcos e Wagner, eram mais do que concunhados,
eram irmãos na amizade e respeito. Na doença de Marcos, que trouxe seu
desenlace em 2013, Wagner foi grande companheiro e confidente, amigo de todas
as horas. Uma solidariedade exemplar!
Professor aposentado do Departamento de Direito da UFS,
membro da Academia Sergipana de Letras, onde ocupava a Cadeira 11, que tem como
Patrono Francisco Antônio de Carvalho Lima Júnior, sucedeu o pai José da Silva
Ribeiro Filho na Cadeira. Era ainda Membro do Instituto Histórico e Geográfico
de Sergipe.
Publicou diversos livros de poesia: Adversus, Cantares do
Mar Egeu, A angústia de Zeus, Memorial do Aedo, Cantar de Ariadne, Cantar do
Minotauro, Tributo aos Deuses Lares e Coroa de Sonetos, e teve várias dessas
obras premiadas por instituições locais, nacionais e internacionais, entre elas
a União Brasileira de Escritores, o governo francês ( Palmes Académiques), o
Consulado Geral da Grécia ( Diploma do Mérito Cultural, conferido pela
República Helênica).
Wagner Ribeiro fará muita falta na poesia sergipana e
definitivamente se juntará aos grandes poetas, como Santo Souza e outros, no
panteão dos gregos, em confabulações eternas.
Texto e imagem reproduzidos do site:
infonet.com.br/blogs/lucioapradodias
Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de 5 de janeiro de 2017.
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