quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A morte de um grande vate


Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 03/01/2017.

A morte de um grande vate.
Sergipe perde Wagner da Silva Ribeiro.

Por Lúcio A Prado Dias.

Sergipe perde um de seus mais ilustres intelectuais, de rara inteligência.

Morreu nesta segunda-feira, no segundo dia de 2017, Wagner da Silva Ribeiro, aos 72 anos.

Nascido em Ilhéus em 18 de março de 1944, transferiu-se ainda criança, aos três anos de idade para Aracaju. Fez de nossa cidade o seu lar, onde constituiu família. Casou-se com Ivana Almeida e teve dois filhos: Wagner (Waguinho) e Fernando (Fernandinho).

Wagner Ribeiro descende de pródiga intelectualidade. Seu avô, José da Silva Ribeiro criou, em 1919, em Aracaju, com outras personalidades culturais da época, uma instituição recreativa denominada "Hora Literária", que foi transformada depois numa sociedade literária de caráter acadêmico "autônomo”, por decisão de uma assembleia geral em 1927. A partir de 1929, a Hora Literária converteu-se na Academia Sergipana de Letras.

As primeiras reuniões da entidade aconteciam numa casa na rua de Japaratuba (atual Calçadão da João Pessoa), sob a presidência do General José Calazans, passando mais tarde a serem realizadas na residência do Coronel José da Silva Ribeiro, no alto do Santo Antônio, razão pela qual alguns autores a denominam de Hora Literária do Santo Antônio.

Wagner da Silva Ribeiro é sobrinho do grande historiador sergipano José Calazans e irmão, entre outros, do médico e escritor Marcelo Ribeiro, também membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Sergipana de Medicina, escritor vasto, de contos, crônicas e poesias.

Minha convivência com ele foi traçada pelos laços de família que nos unia. Sua esposa, Ivana, é irmã de Ângela ( minha cunhada e viúva do mano Marcos Prado). Os dois, Marcos e Wagner, eram mais do que concunhados, eram irmãos na amizade e respeito. Na doença de Marcos, que trouxe seu desenlace em 2013, Wagner foi grande companheiro e confidente, amigo de todas as horas. Uma solidariedade exemplar!

Professor aposentado do Departamento de Direito da UFS, membro da Academia Sergipana de Letras, onde ocupava a Cadeira 11, que tem como Patrono Francisco Antônio de Carvalho Lima Júnior, sucedeu o pai José da Silva Ribeiro Filho na Cadeira. Era ainda Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.

Publicou diversos livros de poesia: Adversus, Cantares do Mar Egeu, A angústia de Zeus, Memorial do Aedo, Cantar de Ariadne, Cantar do Minotauro, Tributo aos Deuses Lares e Coroa de Sonetos, e teve várias dessas obras premiadas por instituições locais, nacionais e internacionais, entre elas a União Brasileira de Escritores, o governo francês ( Palmes Académiques), o Consulado Geral da Grécia ( Diploma do Mérito Cultural, conferido pela República Helênica).

Wagner Ribeiro fará muita falta na poesia sergipana e definitivamente se juntará aos grandes poetas, como Santo Souza e outros, no panteão dos gregos, em confabulações eternas.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/blogs/lucioapradodias

Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de 5 de janeiro de 2017.

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