segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Falece o professor Leão Magno Brasil

Foto postada por MTéSERGIPE. Reproduzida do:
Facebook/Ubiratan Mendes>‎Ex-Colegas do Atheneu Sergipense.

Publicado originalmente no site do Portal ISergipe, em 21/01/2017.

Faleceu nesta sexta-feira o professor Leão Magno Brasil

Morreu na noite desta sexta-feira (20), o professor Leão Magno Brasil. Seu corpo está sendo velado na Osaf, na rua Itaporanga em Aracaju e o sepultamento será no período da tarde no cemitério Santa Izabel.

Trajetória - Leão Magno foi professor do Colégio Atheneu Sergipense e deixou marcas pela maneira como tratava os alunos, que ainda hoje o elogiam pela maneira simples, porém firme com que tratava as pessoas.

Nas redes sociais, ex-alunos de Leão Magno, fazem referência a seu nome, lembrando com saudades e lamentando o seu falecimento. Uma das ex-alunas de Leão, foi a jornalista Aldaci de Souza que também externou seu sentimento. "Estudei no Colégio Atheneu Sergipense no período que Leão foi diretor. Lá pelos idos de 1982. Era considerado um diretor linha dura na aplicação da disciplina. Mas também sabia brincar e todos os alunos o respeitavam. Compartilhava os problemas com a família, sempre orientando. Enfim, um grande educador. Perda lamentável", disse a jornalista Aldaci de Souza.

O diretor de comunicação da Alese, jornalista Marcos Aurélio, que também foi aluno de Leão Magno, lamentou a sua morte. No grupo de WhatsApp Café com Política, Marcos disse que "informação sobre a morte do professor Leão Magno Brasil. Linha dura, mas com respeito e cuidado dos seus alunos. E todos nós o respeitávamos".

Texto reproduzido do site: isergipe.com

Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de 21 de janeiro de 2017.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A morte de um grande vate


Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 03/01/2017.

A morte de um grande vate.
Sergipe perde Wagner da Silva Ribeiro.

Por Lúcio A Prado Dias.

Sergipe perde um de seus mais ilustres intelectuais, de rara inteligência.

Morreu nesta segunda-feira, no segundo dia de 2017, Wagner da Silva Ribeiro, aos 72 anos.

Nascido em Ilhéus em 18 de março de 1944, transferiu-se ainda criança, aos três anos de idade para Aracaju. Fez de nossa cidade o seu lar, onde constituiu família. Casou-se com Ivana Almeida e teve dois filhos: Wagner (Waguinho) e Fernando (Fernandinho).

Wagner Ribeiro descende de pródiga intelectualidade. Seu avô, José da Silva Ribeiro criou, em 1919, em Aracaju, com outras personalidades culturais da época, uma instituição recreativa denominada "Hora Literária", que foi transformada depois numa sociedade literária de caráter acadêmico "autônomo”, por decisão de uma assembleia geral em 1927. A partir de 1929, a Hora Literária converteu-se na Academia Sergipana de Letras.

As primeiras reuniões da entidade aconteciam numa casa na rua de Japaratuba (atual Calçadão da João Pessoa), sob a presidência do General José Calazans, passando mais tarde a serem realizadas na residência do Coronel José da Silva Ribeiro, no alto do Santo Antônio, razão pela qual alguns autores a denominam de Hora Literária do Santo Antônio.

Wagner da Silva Ribeiro é sobrinho do grande historiador sergipano José Calazans e irmão, entre outros, do médico e escritor Marcelo Ribeiro, também membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Sergipana de Medicina, escritor vasto, de contos, crônicas e poesias.

Minha convivência com ele foi traçada pelos laços de família que nos unia. Sua esposa, Ivana, é irmã de Ângela ( minha cunhada e viúva do mano Marcos Prado). Os dois, Marcos e Wagner, eram mais do que concunhados, eram irmãos na amizade e respeito. Na doença de Marcos, que trouxe seu desenlace em 2013, Wagner foi grande companheiro e confidente, amigo de todas as horas. Uma solidariedade exemplar!

Professor aposentado do Departamento de Direito da UFS, membro da Academia Sergipana de Letras, onde ocupava a Cadeira 11, que tem como Patrono Francisco Antônio de Carvalho Lima Júnior, sucedeu o pai José da Silva Ribeiro Filho na Cadeira. Era ainda Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.

Publicou diversos livros de poesia: Adversus, Cantares do Mar Egeu, A angústia de Zeus, Memorial do Aedo, Cantar de Ariadne, Cantar do Minotauro, Tributo aos Deuses Lares e Coroa de Sonetos, e teve várias dessas obras premiadas por instituições locais, nacionais e internacionais, entre elas a União Brasileira de Escritores, o governo francês ( Palmes Académiques), o Consulado Geral da Grécia ( Diploma do Mérito Cultural, conferido pela República Helênica).

Wagner Ribeiro fará muita falta na poesia sergipana e definitivamente se juntará aos grandes poetas, como Santo Souza e outros, no panteão dos gregos, em confabulações eternas.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/blogs/lucioapradodias

Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de 5 de janeiro de 2017.

Wagner Ribeiro morre aos 73 anos de idade

Foto: Instituto Marcelo Deda.


Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 02/01/2017.

Wagner Ribeiro morre aos 73 anos de idade.
O membro da Academia Sergipana de Letras estava hospitalizado.

Por Moema Lopes.

Faleceu aos 73 anos de idade Wagner Ribeiro, jurista, poeta e membro da Academia Sergipana de Letras. Ele estava hospitalizado e a notícia da sua morte chegou à Academia na manhã desta segunda-feira, 02, através de familiares.

O velório será na Capela C, do cemitério Colina da Saudade, hoje a partir das 15 horas. E o enterro será amanhã às 10 horas na Colina da Saudade.

Há informações de que Wagner Ribeiro sofria de um câncer, passou um tempo em São Paulo, fazendo tratamento e quando retornou foi internado no Hospital São Lucas, em Aracaju, onde permanecia hospitalizado.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/noticias/cultura

Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de  2 de janeiro de 2017.

Cantar de Adriadne, de Wagner da Silva Ribeiro

Teseu abandona Ariadne na ilha de Nexos
Tela de James Herbert Draper.

Publicado originalmente pelo blog Academia Literária de Vida,
em 16 de dezembro de 2012.

Cantar de Adriadne, de Wagner da Silva Ribeiro
Por Maria Lígia M. Pina.

Cantar de Ariadne é o atual lançamento poético de Wagner da Silva Ribeiro. Como outros livros da sua autoria é inspirado na Mitologia Grega. Trata da Lenda do Minotauro de Creta que exigia da submetida Grécia o imposto anual de 14 jovens (sete moças e sete rapazes) para serem devorados pelo monstro. Numa dessas levas foi o jovem Teseu, que já era conhecido e louvado por seus feitos heróicos. Teseu, louro e belo, encantou a filha de Minos, rei de Creta. Apaixonada, Ariadne ofereceu a Teseu o meio de penetrar no Labirinto e matar o Minotauro: um novelo de linha para guiá-lo na ida e na volta e uma lâmpada para clarear o tortuoso caminho. Livre, liberto o povo ateniense, Teseu abandona Ariadne na ilha de Nexos. O beneficiado repudia a benemérita e mais, levando consigo Fedra, irmã de Ariadne. Sozinha na ilha, a jovem princesa cretense entra em desespero, lembrando as falsas juras de amor do seu amado. Chora, soluça até lágrimas não mais ter. e promete nunca mais amar. Mas... de repente se espanta ao se ver pensando em encontrar outro amor, alguém que realmente a ame.

Wagner empresta a sua verve a Ariadne, que exclama:

Cego amor, que tão cedo me atingiste,
ó foi tão curto o tempo de prazer,
não deixes que se estenda o do tormento.
Reacende a chama dos meus olhos e
faz que, olvidando o que colheu primícias,
possa eu viver um novo e longo enleio.
E recobrando a lucidez, exclama:
Mas que súplica é essa, eu ensandeço?
Inda o peito a sangrar e cortinado
o olhar por este pranto tão profuso
que também me reprova a ingenuidade:
inda quando esta dor não merecida
maldiz Teseu e o ódio que secreta
clama aos céus que o fulmine a qualquer preço,
– se nunca mais puder tê-lo ao meu lado.

De repente, ouve música:

Uma longínqua música me chega
Entrecortada pela voz do vento.
Não me parece um canto dissoluto
que já retorne ao seio do silêncio.
Vem num crescendo; ou a minha alma ferida,
desesperada busca um lenitivo.
– Quem sabe, essa longínqua música, – quem sabe,
um adejo divino sobre as mágoas?
– Ao coração falou-me antes que o ouvido a percebesse.

E ela compreende: não foi o acaso que a levou àquela ilha. E ouvia mênades, flauta, tamborim. Diante daquela música, sobe ao monte e de repente, todo o seu pesar, toda a sua dor desaparece, vendo Dionísio dançar para ela. Sem que ordem fosse dada e sem concerto
fez-se silêncio, e um círculo formou-se
em torno de mim e ao deus, que, sem palavras
tanto me disse com o belo sorriso
e um olhar todo de ternura feito.

Estava superada a dor de Ariadne. Todo aquele desfecho havia sido programado no Olimpo... Só um amor cura a dor de outro amor.

E Teseu? Voltou para Atenas tão feliz que esqueceu de trocar as velas fúnebres do navio pelas brancas. E Egeu, avistando as velas negras, supondo que o filho tivesse morrido, atirou-se ao mar que recebeu o seu nome. Sentiu Teseu na carne o seu momento de dor. Mas Cronos se encarrega de fazer passar todo o mal e todo o bem. No fim, toda amargura é saneada. Todo pranto é enxugado.

Encantou-me o Cantar de Ariadne, mais que Os Cantares do Mar Egeu. Talvez porque a dor da princesa de Creta é mais próxima de nós. É dor humana. Dor que nos curva sob o peso de uma grande perda que não necessariamente a do amor entre homem e mulher. Pode ser a perda da mãe, do pai, do filho ou de um bem qualquer. Dor que para ser superada há de encontrar um outro objetivo: veja a mãe do cantor Cazuza. Superou o sofrimento dedicando-se a melhorar a vida de outros portadores do HIV. Luciano Barreto, realizando o ideal do filho morto. E tantos outros... ou extravasando a dor até a última gota, lançando-a no papel, em prosa ou em verso. E como Ariadne, de repente a dor desaparece... some...

Wagner expôs em versos tão belos, translúcidos e musicais, a dor de Ariadne que eu senti o coração apertado. Parabéns, Wagner, por mais um precioso livro, trazendo de volta para nós o encanto da Mitologia Grega, da qual também sou fiel admiradora e cantora.

Texto e imagem reproduzidos do blog: academialiterariadevida.blogspot.com.br

Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de 2 de janeiro de 2017.

Um encontro com a poesia de Wagner Ribeiro


Publicado originalmente no blog Spleen e Charutos, em 17/05/2011.

Um encontro com a poesia de Wagner Ribeiro
Rian Santos [ riansantos@jornaldodiase.com.br ].

Hoje eu finalmente conheço o poeta Wagner Ribeiro. Convidado para a Roda de Leitura promovida pelo Comitê Sergipano do Proler, o autor não é apenas um dos nomes mais festejados da literatura realizada em Sergipe. Além disso, entre tantas menções distintas, Wagner Ribeiro é uma das maiores lacunas observadas em minha estante – um amontoado desorganizado de ignorâncias, brochuras e pocket books de lombadas e páginas violentadas pela curiosidade das traças.

Dono de uma obra expressiva, com seis livros publicados (Coroas de Sonetos, Cantar do Minotauro, Cantar de Ariadne, A vida cheia de véu, Memorial do aedo, A angústia de Zeus), não é de hoje que o poeta denuncia os buracos nos calçados de minha formação. Desde a época da Universidade, quando algum amigo abria um de seus volumes e me vinha com aquela poesia extemporânea, tão distante das mesinhas de plástico em que nossas cervejas e a conversa se equilibravam, entre acidentes e soluços, Wagner Ribeiro me adverte. Apesar de minha petulância adolescente – Kerouac e Ginsberg numa camiseta desbotada –, literatura é coisa de gente grande.

Há um bom par de anos, o historiador e jornalista Luiz Antonio Barreto se debruçou sobre “O memorial do aedo” e extraiu sua essência em artigo publicado no Portal Infonet, logo após o lançamento do livro. “Wagner Ribeiro tem o controle do fazer literário, conhece e domina as técnicas, sabe manejar os elementos da composição artística, adornando de toda a beleza as suas reflexões. Os textos anteriores – Cantares do Mar Egeu, A Angústia de Zeus – apontaram os caminhos preferenciais do trabalho do autor, universalizando os seus interesses poéticos”.

Proler – O Proler (Programa Nacional de Incentivo à Leitura), vinculado à Fundação Biblioteca Nacional, órgão do Ministério da Cultura foi criado em 13 de maio de 1992, através do Decreto Presidencial nº 519, para promover ações de incentivo à leitura, através de Comitês espalhados pelos estados brasileiros.

Em Sergipe, o programa atua através do Comitê Sergipano do Proler, mediante convênio firmado entre a Fundação Biblioteca Nacional e a Secretaria de Estado da Cultura.

O Comitê Sergipano, instituído em 1997, tem o objetivo de promover ações estratégicas de articulação e valorização de práticas leitoras, entendendo ser o caminho para se formar cidadãos crítico e atuante no meio onde vivem. A promoção da leitura tem efeito multiplicador, o que faz novos parceiros se integrar ao Programa.

Text e imagem reproduzidos do blog: spleencharutos.wordpress.com

Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE. de 2 de janeiro de 2017.

Homenagem a Wagner da Silva Ribeiro


"Ninguém pode ser mais realista do que o rei".

"Sempre que pronuncio esta frase simples e que simboliza o conceito de óbvia verdade, lembro de quando a escutei pela primeira vez, ainda um jovem advogado. O professor Wagner Ribeiro, mestre de todos que frequentavam a Justiça do Trabalho, mostrava que peticionar exigia qualidade técnica e apurada ética, pois o dito nos autos vincula quem o diz e próprio dizer".

"Hoje o mestre trocou de sala de aula e não posso esquecer da sua simples lição. Afinal, não posso ser mais realista do que o rei que o convocou para uma nova missão. Agora ele é o imortal que sempre sempre reverenciado por seu infinito saber e inigualável ética. O nosso eterno mestre". (Cezar Britto).

Texto reproduzido do Facebook/Cesar Britto.

Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de 2 de Janeiro de 2017.

Homenagem ao Jurista e poeta Wagner Ribeiro


Homenagem ao Jurista e poeta Wagner Ribeiro.

(...) Seu primeiro poema foi escrito com apenas seis anos. “Era coisa de menino, não vou recitar não, mas até que, para minha idade, ele era muito bom”, diverte-se. O poeta afirma que a poesia desde cedo “entrava por seus ouvidos”, já que seu pai era poeta e co-fundador da Hora Literária, berço da Academia Sergipana de Letras, e sempre o levava às reuniões na residência do literato Garcia Rosa, onde ocorriam discussões sobre literatura e poesia.

Sorrindo, Wagner conta a primeira censura recebida: “eu gostava de fazer poemas satíricos na década de 60, elas envolviam políticos e fatos do dia a dia, mas meu pai pedia para que eu não os publicasse para não criar atrito com ninguém. Mesmo assim, reuni algumas prosas e versos deste tipo em um livro não publicado, chamado Desocupem a Moita”, conta.

Em Cantares do Mar Egeu e Angústia de Zeus, livros de Wagner Ribeiro premiados, nota-se facilmente a sensibilidade do poeta que afirma ter sido influenciado pelo tio, folclorista e historiador José Calazans e por José Bonifácio Fontes Neto, que o apresentou ao mundo Jurídico. As duas obras foram bem aceitas pelo público, sendo que Angústia de Zeus recebeu o título Hors Concours da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais e fazem parte de uma trilogia que se completa com o livro Memorial do Aedo...

Fonte: IMD Instituto Marcelo Déda.

Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de 2 de janeiro de 2017.

Tributo aos Deuses Lares, de Wagner da Silva Ribeiro


Publicado originalmente no blog Adiberto de Souza/Infonet - 11/12/2009.

Tributo aos Deuses Lares
(Coroa de Sonetos)

Wagner da Silva Ribeiro tem sido, nos últimos anos, o mais aplicado intelectual sergipano, como autor de uma poesia densa, bem elaborada, poematizando as matrizes gregas, que são, para a história humana, um repertório de símbolos, a desafiar o tempo e as conquistas da civilização. Funcionário público e professor, desde os tempos de estudante que Wagner da Silva Ribeiro aventurou-se no verso, com epigramas que atraíam a atenção dos colegas, nos corredores da Faculdade de Direito de Sergipe. Filho de um poeta – José da Silva Ribeiro Filho, sobrinho de um dos maiores intelectuais de Sergipe do século XX – José Calasans, não surpreende a paixão pelas letras, seja criando, seja divulgando vates que a história cultural termina por deixá-los esquecidos.

Desde Cantares do Mar Egeu até Cantar do Minotauro, livros que atraíram os olhares mais acreditados da crítica local e nacional, Wagner da Silva Ribeiro vem demonstrando o domínio da linguagem poética, valendo-se de um rico vocabulário que eleva a qualidade da língua portuguesa. Em certa medida, Wagner da Silva Ribeiro tem parentesco literário com Santo Souza, o bruxo órfico, que vive encastelado na sua sala de livros da rua Rio Grande do Sul, no bairro Siqueira Campos, como a desafiar os transeuntes com seu falar macio, repleto de armadilhas. Aquele homem de peito nu, trata da condição humana em seus poemas e freqüenta o panteão dos gregos, nas confabulações eternas. Wagner da Silva Ribeiro, com Jackson da Silva Lima, tem difundido o pensamento estético sergipano, tendo Santo Souza como estrela de enorme grandeza, em torno da qual todos podem ser salpicados pela luminosidade antiga.

Os livros de Wagner da Silva Ribeiro têm forte mensagem crítica, embrumada nos versos e estrofes aparentemente lineares. Erra quem lê os seus poemas com os olhos na memória dos temas versejados. Há muito mais em cada palavra, cada verso, cada estrofe, cada poema, que exige uma exegese do universo mítico, aproximando-o da história, onde deixa de ser de deuses e potestades, lugares e animais fabulosos, para atender ao homem no seu caminho de vida, vagueante num mundo que não tem explicação em si mesmo. A mitologia grega tem estreita relação com a tecnologia da atualidade, que gera comandos, intimiza o uso, mas não resguarda o saber emblemático das descobertas e avanços. Como tem, também, interface político, no embate dos fatos contrapostos as narrativas maravilhosas. Wagner da Silva Ribeiro aprofunda sua visão de intelectual e consegue revelar conhecimentos encobertos pela pátina do tempo.

Tributo aos Deus Lares, uma Coroa de Sonetos, na definição que o poeta e crítico Geir Campos definiu, dizendo que se trata de uma “composição poética em que o Soneto funciona como Estrofe, aparecendo em número de quinze, dos quais o último é formado pelos quatorze versos finais dos anteriores e estes começam, cada qual, pelo último verso do anterior.” Os poetas populares, das cantorias de viola do Nordeste, menestréis antigos, também se valem da deixa, tomando por empréstimo para suas estrofes o último verso do cantador/contendor. O domínio da arte e da técnica eleva ainda mais a qualidade dos livros de Wagner da Silva Ribeiro.

Para Chompré, no seu clássico Dicionário Abreviado da Fábula para inteligência dos poetas, dos painéis e das estátuas, cujos argumentos são tirados da História Ppoética, traduzido do francês, em Portugal na Régia Oficina Tipográfica, em 1785, Lares, também chamados de Penates, são deuses domésticos. Eram pequenas estátuas, veneradas nas casas. Eram acompanhados de um cachorro, igualmente venerado, sob o nome de Lares familiaris. Havia, também, deuses públicos, que vigiavam os caminhos e as encruzilhadas e em cada cidade havia um deus, chamado Urbani. A celebridade de Enéas teria justificativa por ter salvo os deuses familiares de Tróia. Fustel de Coulanges, no seu também clássico A Cidade Antiga, estudos sobre o culto, o direito e as instituições de Grécia e de Roma (1864) trata dos deuses domésticos, dos Deuses Lares, na tradição dos cultos antigos, atribuindo ao fio condutor da história os mais esclarecedores conhecimentos.

Wagner da Silva Ribeiro toma por empréstimo essa tradição doméstica, íntima, que deusifica a família, para renovar o conhecimento sobre tais divindades, louvando-os pelo seu papel e serviço. É uma forma de recontar a história, envolvida na beleza de versos de sonetos, onde rima e métrica são meras citações, incidentais, na liberdade de escrever com todas as formas da poesia. É também uma evocação contextual, que serve para revisitar os antigos modos de organização social, que interessa hoje (re)conhecer.

Tributo aos Deuses Lares (Aracaju: edição do autor/SERCORE, 2009) de Wagner da Silva Ribeiro é um troféu à inteligência, à cultura, ao fazer intelectual mais refinado e consciente de sua importância.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/blogs/adibertodesouza

Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de 2 de janeiro de 2017.

Mais uma de Dudu Cabral, na I Feira dos Municípios


Mais uma de Dudu Cabral, na I Feira dos Municípios.
Por Luduvice José.

Foto rara que fiz do amigo Dudu Cabral, na abertura da I FEIRA DOS MUNICÍPIOS SERGIPANOS, em 1968, acontecida no Parque Teófilo Dantas, em Aracaju. foi o próprio Dudu quem me repassou a foto, depois de longo tempo, chamando-me a atenção para o significado histórico, pois além do saque fotográfico - ele me lembrou -, fiz um filmete em 8 mm, numa câmera pertencente à época ao querido amigo e mestre Hunald Alencar (nosso Hunaldinho). Este filmete, lembro-me, doei ao amigo Luiz Antonio Barreto, um depositário da memória sergipana, como forma de ´preservar como documento.

É bom destacar como Dudu me enviou a foto, contando detalhes sobre o evento, que teve uma importância singular, pois a participação dos municípios foi maciça e atraiu o povo que se dirigia à Praça Olimpio Campos, ou Parque Teófilo Dantas, para conferir algo que ali acontecia pela vez primeira.

Hoje, triste, repasso a história que Dudu havia me passado quando enviou a foto que eu havia sacado e nem lembrava mais. E agora estou postando no Face, como preito de gratidão ao grande amigo intelectual que nos deixou ontem e foi para o andar de cima colecionar foto e fazer história. Meu abraço, querido amigo.

Postagem originária do Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, de 21 de dezembro de 2016.